janeiro 14, 2007

Reactivo e não passivo




Quando as desvantagens do anterior sistema se tornam demasiado importantes para poderem ser suportáveis, ou aconteceu algo que o atirou para a obsolescência, surge a necessidade ‘urgente’ da mudança. E quando esta surge e foi escolhida uma ‘boa solução’, em muitos casos constatamos o surgimento dos seguintes problemas:
- De gestão do projecto:
• Falta de empenho na gestão de topo. Esta simplesmente delega em alguém a resolução do problema e espera vê-lo solucionado. Mas como este para ser resolvido provavelmente implicará alterar formas de funcionamento, na altura da sua aprovação, a gestão de topo não entende porquê...
• Pior que isso, muitas vezes não se pensa sequer em analisar os processos de trabalho internos, os fluxos de informação, e sobretudo, os resultados a obter do novo sistema.
• Existência de objectivos finais mal definidos, ou de expectativas erradas quanto às potencialidades do sistema.
• O departamento de informática / ou parceiro externo é entendido como um custo extra e não como um potencial redutor de custos de todos os departamentos, bem como potencializador de geração de mais-valias.
• Formação inadequada de alguns elementos do departamento de informática ou da empresa implementadora, subaproveitando a ferramenta ou pior que isso, criando modelos errados para alguns processos ou implementando-os de forma deficiente.
• Objectivos finais demasiado ambiciosos, quer a nível de funcionalidades, quer sobretudo, a nível de tempo.
• Recursos humanos e/ou financeiros não adequados ao projecto.
• Por desconhecimento, falta de tempo, falta de recursos, etc., não efectuar testes de funcionamento de todos os processos e validação de resultados produzidos.
• Acreditar que o projecto termina com o fim da implementação.

-Sociológicos:
• Desde a administração até ao mais humilde colaborador, existe o grande medo da inovação e/ou mudança.
• Para se minimizar esse medo, na implementação da nova solução tenta ‘imitar-se’ o comportamento da anterior, voltando a repetir-se os mesmos erros.
• Quando se tenta fazer a definição processos / fluxos de informação de cada departamento, os directores, chefes ou empregados tem relutância em colaborar na (re)definição dos mesmos, com medo de perder poder, influência ou importância.
• Falta de formação dos colaboradores, não só para a execução das suas novas tarefas no sistema, bem como a nível técnico / profissional, quer pelo desinteresse do funcionário (problema da formação de adultos), quer pela convicção de algumas chefias / directores / empresários de que a formação é desnecessária, e/ou inútil, e/ou muito cara, e/ou não rentável.

Créditos: FG